Conforme vou lendo e anotando o romance, e passando essas anotações para o software de estruturação, começam a surgir ideias para o guião.
Algumas têm a ver com a estrutura do filme (“talvez esta cena devesse entrar noutro lugar” ou “acho que esta sequência não vai caber no guião”), outras têm a ver com questões de narrativa cinematográfica (“se esta cena fosse passada no local x em vez de y fazia uma transição gira para a cena seguinte”), outras ainda são relativas aos diálogos (“esta frase está sensacional, tem de entrar” ou “tenho de desenvolver mais esta conversa”).
Aproveito também para ir fazendo notas de problemas que deteto na história, informações que tenho de dar, pormenores que preciso investigar para poder escrever as cenas, músicas que poderiam acompanhar a cena, sugeridas ou não no próprio livro, etc.
E vão surgindo também ideias para cenas completamente novas. Ou porque sinto que fazem falta na narrativa; ou porque dizem o mesmo que uma cena do livro, mas de uma maneira mais cinematográfica e menos literária; ou simplesmente porque são interessantes e apetece-me escrevê-las.
Assim, pouco a pouco, o guião vai tomando forma na minha cabeça, antes mesmo começar a ser escrito no papel.
Pingback: JOÃO NUNES | Francis Ford Coppola | Como Francis Ford Coppola adaptou "O Padrinho" | escrita, Francis Ford Coppola, guião, O Padrinho, roteiro, técnica |