“O Código da Vinci” estreou ontem no cinema Atlântico. Organizámos uma pequena excursão na agência para assistir. O D. e a M. já o tinham visto em Portugal, mas foram também, atraídos pelas histórias que lhes contei sobre a audiência. E esta não me deixou ficar mal, uma vez mais.
A sala estava cheia, como seria de esperar. Não havia fila nas bilheteiras, o que me surpreendeu, mas lá dentro já eram poucos os lugares disponíveis quando as luzes se fecharam. E os espectadores presentes compensaram os ausentes em animação e participação no espectáculo. Todas as cenas de acção foram sublinhadas com aplausos, todas as revelações “picantes” extrairam comentários e burburinho, e até o casto beijo final provocou uma reacção de aplausos, piadas e gargalhadas.
Há quem se aborreça com esta intervenção, considerando-a excessiva. Eu consigo abstrair-me quase completamente e, quando dou por ela, acho-lhe mais graça do que incómodo.
Quanto ao filme, era o que eu esperava – um produto comercial razoável, de boa manufactura técnica, onde grandes meios são postos à disposição de um espectáculo inócuo e de uma polémica que já deu o que tinha a dar. Por esta altura já toda a gente discutiu se Jesus poderá ou não ter sido casado, e o que é que isso afectaria a nossa fé, a ser verdade.
Mas as subtilezas teológicas e a polémica sobre a veracidade dos factos e teorias passaram ao lado da maior parte daqueles espectadores. O que eles vão seguramente recordar é a auto-flagelação do gigante albino Silas – uma cena que a cada repetição arrancou à turba arrepios de horror.
Ou, no meu caso, um discreto bocejo.
Aà está mais um comentário de se lhe tirar o chapeu….o que estava em causa era o publico em geral o nao proprio filme…é interessante e uma outra forma de ver as coisas…diferente, mas interessante…
Um Abarço
Jose Cunha