"Durante o almoço, Wallace e eu falámos do livro, tentando esclarecer todos os seus mistérios. A Bruxa era mesmo Jenny Hill? Quem era a Rapariga no Rio? Wallace tinha respostas, mas o mais impressionbante é que não insistia em estar certo. Tudo estava aberto a interpretação. Não considerava nado no seu livro como sagrado e intocável."
John August, acerca da adaptação de "Big Fish"
Este artigo é a segunda parte de uma série de dois dedicados à adaptação de romances para cinema. O primeiro artigo pode ser encontrado aqui.
Como disse antes, já tive a oportunidade de adaptar três obras literárias para guião, e ainda trabalhei em mais três projetos de adaptação que, por razões diversas, não passaram das primeiras fases. O meu método de trabalho acabou por ser, em todos estes projetos, muito semelhante. Por isso acho que pode ser interessante partilhá-lo aqui, mesmo sabendo que cada argumentistas encontrará, naturalmente, o seu método próprio.
A fase de leitura
O primeiro passo, e por muito óbvio que isto seja, é ler a obra a adaptar. Normalmente faço esta leitura duas vezes, com objetivos diferentes.
A primeira leitura é uma leitura normal, como faria com qualquer romance que me interessasse. Tento lê-lo mais rapidamente possível, sem grandes interrupções, mas também sem maratonas cansativas.
Nesta primeira passagem pela obra não tomo notas nem faço sublinhados ou destaques no livro, Apesar disso, é talvez a leitura mais importante. É nesta fase que eu vou sentir o ritmo da obra, e entender aquilo que, à falta de melhor, designo como o seu 'espírito'.
É também o momento de decidir avançar ou não com a adaptação. Se esta primeira leitura me deixou completamente frio, ou se não sentir que posso trazer algum valor acrescentado ao projeto, é a altura certa para me retirar de cena.
Entre a primeira e a segunda leitura gosto de deixar passar algum tempo. Quanto, depende essencialmente dos prazos que tenho para fazer a adaptação. Normalmente não são muito alargados, por isso a segunda leitura raramente será mais do que uma ou duas semanas depois da primeira
Nesta segunda leitura vou já tomar um grande número de notas, no próprio livro ou num bloco de notas (ou em ambos). Destaco nomes, cenários, cenas, diálogos, imagens, enfim, tudo aquilo que me chama a atenção e que, de uma forma ou de outra, eu acho que poderá ter lugar na adaptação.
Apesar de não estar ainda muito preocupado com a escrita do guião, é óbvio que nesta fase a minha cabeça começa já a fazer uma espécie de pré-selecção. Há personagens, momentos, cenas ou sequências que começam a afirmar-se indispensáveis, e há outras que naturalmente se vão arrumando na fila de trás. Mas nada fica ainda escrito em pedra.
Mais importante ainda, esta segunda leitura tem de me apontar qual é o protagonista (ou protagonistas) e qual o enredo principal que vai servir de fio condutor ao guião. Enquanto não tomar esta decisão é difícil prosseguir com o processo de adaptação.
Reflexão e pesquisa adicional
Segue-se uma fase em que começo a refletir sobre o que li, a analisar as formas como a obra me influenciou, que emoções despertou em mim. Enfim, como é que me consigo relacionar com ela. Vou também começando a anotar ideias, caminhos possíveis, novas cenas ou personagens.
Geralmente aproveito esta fase de reflexão para fazer a pesquisa adicional que for necessária. Posso ler outros livros relacionados, do mesmo autor ou de outros, pesquisar na net, fazer entrevistas ou consultar jornais, conforme as necessidades do projeto.
Esta fase de pesquisa é muito importante porque abre novos caminhos para a interpretação da obra que está a ser adaptada. Às vezes um fato descoberto noutra fonte deita uma nova luz sobre uma parte do romance, ou mostra-nos a solução para um problema que detetámos durante a leitura.
No fim deste período de reflexão e pesquisa tenho de ter já uma ideia muito clara sobre qual a estória que quero contar. Às vezes essa ideia surge como um 'click', uma epifania – num momento estou confuso e baralhado, no momento seguinte percebo qual é a estória que está a pedir para ser contada por mim. Noutras vezes, a estória vai-se impondo gradualmente, sem eu sequer me aperceber, e quando dou conta já estou a pensar nas formas de a materializar.
Encontrar a estrutura
A terceira fase do meu processo de adaptação é aquela em que o guião começa finalmente a tomar forma. Antes de me lançar na escrita do guião faço sempre uma escaleta (o que lá fora se chama 'step outline') muito detalhada. Às vezes, e normalmente para apresentar ao produtor ou a terceiros, escrevo também um tratamento bastante completo.
A escaleta é um instrumento de trabalho pessoal. Escrita em abreviaturas e num código que só eu entendo, seria completamente inútil para qualquer outra pessoa. Já o tratamento é escrito de forma a explicar a estória a terceiros. Normalmente só o escrevo depois de saber muito bem a estória que quero contar.
Escrevo a escaleta recorrendo o menos possível ao livro. A ideia é registar apenas os personagens, as cenas, os momentos do enredo, que me marcaram o suficiente para se fixarem na minha memória. Se alguma coisa não 'sobreviver' a esta seleção natural é porque não foi suficientemente marcante, e portanto não merece ficar na estória.
Outra coisa importante é que nunca escrevo apenas uma escaleta, mas sim várias. Faço-as, refaço-as e volto a fazê-las. Combino-as, altero-as, deito-as fora. Começo de novo, e sigo nessa labuta até estar satisfeito com o resultado.
É nesta fase da escaleta que eu defino quais os enredos secundários que vão ficar no guião, e quais vão ser abandonados. Isso tem obviamente implicações nos personagens que sobrevivem para a versão final.
Como vimos no artigo anterior, um romance tem normalmente um número de personagens muito maior do que os que são possíveis num guião. Temos pois de optar por alguns, combinar outros num só, e até criar novos personagens para desempenhar funções que antes eram desempenhadas pelos que foram eliminados. É complexo, e é uma das razões para eu fazer tantas escaletas provisórias.
Neste processo vou também experimentando diversas estruturas: por onde é que começo? Pelo princípio ou pelo fim? Sigo a mesma sequência do romance ou há outra mais adequada ao formato do cinema? Conto a estória linearmente ou procuro sequências diferentes para os eventos?
Curiosamente, ainda não encontrei um software perfeito para esta fase do trabalho. O melhor, até agora, é o Scrivener, programa para o Mac com um grupo de fãs irredutíveis, mas mesmo esse não me convenceu.
Assim, normalmente escrevo estas escaletas em papel, na minha Moleskine ou em folhas soltas. Em alguns projetos também já usei o método dos cartões. Nessas ocasiões trago sempre comigo um molho com dezenas de cartões, amarrados por um elástico, e aproveito todas as oportunidades para os rever, mudar de ordem, eliminar ou acrescentar novos.
A passagem à escrita
A fase seguinte é a da escrita do guião. E um guião é um guião.
Não há truques, ou atalhos, ou formas simples de o escrever. É o ecrã do computador em branco, e a obrigação de o encher de palavras que, mais tarde, serão interpretadas por um realizador, pelos atores, pelo diretor de fotografia, pelos músicos e editores, enfim, por cada uma das muitas pessoas que vão agarrar no guião e transformá-lo num filme.
De qualquer forma, a escaleta já me dá um ponto de partida muito sólido. É por isso que eu lhe dedico tanto tempo e esforço. Para mim seria impensável começar a escrever o guião sem ter o rumo, o destino, o fluxo e o ritmo da estória bem definidos.
Isto não quer dizer que, durante o processo de escrita, eu obedeça cegamente à escaleta. Antes pelo contrário – faço sempre muitos desvios, acrescento cenas, elimino outras, mexo no enredo, altero o ritmo, etc.
Mas nessas digressões sei sempre até onde posso ir, e quais os pontos chaves que não posso falhar. É como descer um rio numa canoa (perdoem-me a metáfora frouxa). Posso atrasar ou acelerar um pouco o ritmo do passeio, chegar-me mais a uma margem ou a outra, explorar um afluente ou mergulhar nus rápidos, mas acabo sempre por passar pelas mesmas curvas e paisagens, e desaguar na mesma foz.
Durante a escrita do guião volto a consultar o romance e todas as notas que tomei durante a sua leitura, mais aquelas que acrescentei depois. Muitas vezes faço-o para recordar a dinâmica interna de uma cena, ou para copiar um bom diálogo, ou ainda para aproveitar uma frase de descrição, ou uma reflexão que depois transponho para a boca de um personagem. Noutras vezes releio o romance apenas para reavivar as emoções e os sentimentos que me despertou originalmente, e voltar a sentir o espírito da obra.
Na fase de escrita não demoro nem mais nem menos do que noutro guião qualquer. Normalmente nunca será menos de um mês – dois seria o ideal, três um luxo.
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Condensar, condensar, condensar…
A primeira versão do guião nunca fica boa. Ponto final. É absolutamente impensável mostrá-la imediatamente a terceiros, o que pode ser difícil, porque os produtores, ou quem nos encomendou a obra, querem ver resultados o mais depressa possível. É preciso resistir à tentação de a enviar antes de fazer uma revisão profunda.
Pessoalmente gosto de deixar essa primeira versão descansar pelo menos uma semana antes de a reler. E que desilusão costuma ser essa leitura.
Muitas das cenas de que gostava antes, que me pareciam até brilhantes, revelam-se afinal como péssimas ideias. Outras são apenas toscas. E algumas, muito raras, já estão perto da forma final.
O que é comum a todas as cenas, invariavelmente, é estarem grandes demais. A primeira versão de uma adaptação é sempre muito longa, uma característica herdada do romance. Por isso, uma das preocupações da fase seguinte é emagrecer o guião.
Faço esse emagrecimento a nível 'macro' e a nível 'micro'. Ou seja: mexendo na estrutura, simplificando, apurando, eliminando cenas e sequências; e também mexendo no interior de cada cena, revendo dinâmicas, apurando os seus objetivos, simplificando as descrições, aparando os diálogos, cortando toda a gordura supérflua.
Tento sempre seguir uma das regras de escrita de guião, que nos diz para entrarmos nas cenas o mais tarde possível, e sairmos o mais cedo que conseguirmos. Ou seja, tento cortar a'palha' no início e no fim das cenas, e focar-me no seu núcleo dramático. Isto é ainda mais importante nas adaptações literárias, em que as cenas adaptadas são normalmente mais longas, porque a literatura tem um tempo diferente.
Notas e comentários
O passo seguinte é normalmente doloroso: entregar o guião a quem o encomendou, e ficar à espera das suas notas e comentários. Não há muito a dizer em relação a isto. tento tirar umas mini-férias, ou ocupar a cabeça com outros projetos. E não roer demasiado as unhas
Quando os comentários chegam, procuro recebê-los com espírito aberto. Os profissionais que comentam um guião, sejam eles produtores, realizadores ou outros guionistas, são geralmente pessoas inteligentes, experimentadas, e que querem o melhor para o projeto. A tentação é classificá-los como umas 'bestas' por se atreverem a criticar aquilo que me deu tanto trabalho a escrever, mas o mínimo que posso fazer é ouvi-los e tentar entender os seus pontos de vista.
Isso não quer dizer que tenha de aceitar todas as sugestões e comentários, até porque muitas vezes são contraditórios e conflituosos entre si. Mas tento sempre percebê-los.
A verdade é que, muitas vezes, esses comentários são dolorosamente apurados e tocam nos pontos mais fracos do guião. Se mais de uma pessoa chamar a atenção para o mesmo aspeto então é praticamente certo que ali há uma fragilidade que merece a minha atenção.
Onde eu tento traçar a fronteira, com diplomacia mas com clareza, é entre o diagnóstico, que esses leitores normalmente sabem fazer muito bem, e a solução, que me compete a mim, como argumentista, encontrar.
A rescrita
Com base nas notas e comentários, passo de seguida para a fase da rescrita. Não me vou alongar aqui sobre ela, até porque já escrevi longamente sobre o assunto, e as regras são as mesmas, quer se trate de um guião original ou de uma adaptação literária.
Recordo apenas que parto sempre do geral – estrutura, enredo, personagens – para o particular – cenas, descrições, diálogos-; e que faço várias passagens sucessivas pelo texto, abordando um tipo de problemas de cada vez. É mais complicado, e até contraproducente, tentar resolver todas as questões de uma só vez.
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Um exemplo – “The cider house rules”
Quando falo destes temas com os alunos nos meus cursos de escrita, dou muitas vezes como exemplo o caso da adaptação do romance "The Cider House Rules" ("As Regras da Casa"), de John Irving, transformado em guião pelo próprio autor. Não é que se trate de um grande filme, nem tão pouco de um romance extraordinário. Mas sim porque o processo da adaptação desta obra está particularmente bem documentado.
Acontece que, além do romance original , que é fácil de encontrar; do guião, que está publicado
; e do filme final, que está editado em DVD
; há ainda um livro escrito pelo autor, My Movie Business
, em que John Irving descreve todo o longo e complexo processo da adaptação do romance. Um calvário que envolveu três realizadores, cada um com uma abordagem diferente à obra; mais de vinte versões do guião, muitas delas escritas quase de raiz; e vários anos de trabalho.
Foi um processo extraordinariamente complexo, mesmo para os padrões de Hollywood, que o autor encarou com grande graciosidade e descreve no livro com muita graça. É extraordinário ver a paciência que ele teve, e a forma sempre positiva como tentou incorporar visões alternativas, por vezes completamente opostas, da obra que ele próprio tinha escrito e que, provavelmente, conhecia melhor do que ninguém. Para quem domine bem a língua inglesa, a leitura das três obras e a visão do filme constituem um curso completo de adaptação literária.
Conclusão
Tal como cada guionista tem o seu método de trabalho para escrever um guião original, cada autor também desenvolve os seus próprios processos quando se trata de proceder a uma adaptação. Espero que as pistas que aqui deixei possam ajudar alguns leitores a descobrir mais depressa o seu próprio método.
João, estou absolutamente agradecida a você por ter abordado este assunto com tanta clareza e objetividade.
No momento estou adaptando um livro-thriller para adolescentes cujo autor me deu carta branca quando lhe expliquei, por exemplo, que teria que traduzir em cenas as longas narrativas sobre o que aconteceu no passado que determinaram as ações no presente da historia. Ou juntar várias informações na mesma cena em rápidos diálogos. São 3 protagonistas (um homem, um menino e uma menina) e uma antagonista poderosa, mas escolhí contar a história pelo ponto de vista da menina que me pareceu a personagem mais interessante e passível de criar empatia. Os flashbacks tornaram-se viagens ao passado com os dois adolescentes in locum assistindo aos fatos narrados pelo homem mais velho, um cientista.
Mas, como você demonstrou, há um processo natural de amadurecimento, um tempo para a mente começar a visualizar o filme contido no livro.
Como contribuição ao seu blog, descrevo um pouco do meu próprio processo: li o livro duas vezes sem me preocupar com nada mais, dando um tempo para saber o que me atraiu a atenção naturalmente.
Na terceira leitura, passei a fazer anotações à margem usando um código que criei para não ter que parar toda hora para anotações: P = detalhes físicos sobre personagens; PI = insights, raciocínios, forma de pensar dos personagens (tudo que determina sua personalidade), C = cenários; A = ações mais importantes, SM = saber mais, isto é, aprofundar pesquisas, etc..
Finalmente, anoto num bloco grande sem pauta (Moleskines são muito caros, rsrsrs…), a lista das informações codificadas, desta vez em ordem e por assunto. Isto me dá uma visão geral de cada personagem, de cada cenário, de cada ação, etc..
Também faço uma “planta” visual para sentir para onde vão as linhas das diversas ações, onde elas se tocam, se chocam ou se complementam de acordo com a Linha do Tempo. Ou se as abandonei inadvertidamente. Para este tipo de controle, adaptei as normas do velho fluxograma e colei pequenos ímãs nas figuras geométricas, assim como fiz com os cards. E coloco tudo num quadro geral que pintei com tinta imantada na parede, uma faixa horizontal encimada por uma Linha do Tempo.
Obrigado Ivana, pela sua contribuição.
Bem interessantes as suas ideias: especialmente os códigos para as anotações e a parede pintada com tinta imantada na parede, para permitir prender os cartões com imãs.
Voltei para acrescentar só mais uma dica: acabei de transformar um pedaço de madeira leve de 1,5m x 0,70 cm numa versão transportável do que chamo de Quadro geral de andamento da história. Dividi-o ao meio no sentido horizontal e preguei o que aqui no Brasil chamamos de dobradiça-piano. Pintei-o com a mesma tinta imantada da faixa da parede e desenhei a Linha do Tempo. Isto me possibilita levá-lo em viagens ou simplesmente deixá-lo aberto com cards e figuras do fluxograma posicionados enquanto cozinho, planto, assisto tv, costuro, etc… e penso! Você sabe que a mente está sempre retornando à criação em andamento porque se trata de um processo. E nada como ter a visão geral do processo ao meu alcance e não somente quando sento ao computador com a parede imantada ao lado. Não gosto de rotinas, de precisar estar em determinado lugar para pensar e criar. Este prazer lúdico pode existir a qualquer momento independente do local, circunstâncias, pessoas…
Li e entendi a complexidade entre um romance e um guião. Fica a pergunta: Será mais fácil para a pessoa que escreveu o romance adapta-lo para cinema, ou mini-série? O vício de quem elabora um texto literário vai influenciar, para pior, a construção de um guião?
Longa metragem, ou mini-série – tudo depende da dimensão do romance e de quanto estejamos dispostos a sacrificar. Já houve muitos romances adaptados sucessivamente numa versão e noutra, com resultados de qualidade variável. É mais uma opção de produção do que de escrita. No seu caso, como está a adaptar obra própria sem encomenda de produtor, a escolha inicial fica consigo.
Quanto à segunda questão, também depende apenas da capacidade do autor se distanciar do material original e “sacrificar” o que for preciso para obter o melhor resultado audiovisual. O John Irving, que refiro no artigo, teve essa capacidade de sobra; escreveu vinte e tal versões diferentes, para três realizadores diferentes, se não me falha a memória. Mas conseguiu imprimir o seu cunho em todas elas.
Esta pergunta é que está correcta.
A dúvida do cabeçalho está no FLASHBACK, uma vez que é muito curto.
Exemplo:
065 ext. algures na plataforma neddrill 6 – noite
17 de Fevereiro
Hora local: 21 horas e 45 minutos
Luís está caído. Lentamente vai acordando. Senta-se e encosta a cabeça ao contentor. Leva a mão à nuca e retira-a cheia de sangue. Respira com alguma dificuldade e faz uma careta de dor cada vez que tenta levantar-se.
Flashback
Algumas imagens (em flash) de Luís a ser levado pelo vento.
Leia o artigo que escrevi sobre flashbacks, tem lá tudo: joaonunes.com/2009/guionismo/como-se-escreve-um-flashback/