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Rui Vilhena: "Uma história é tão boa quanto o seu vilão".

    Rui Vilhena, autor que ainda não tive o prazer de conhecer pessoalmente, é um dos guionistas de televisão mais conhecidos e bem sucedidos em Portugal. A edição de hoje do jornal I publica uma entrevista interessantíssima com ele, que também pode ser lida online.

    A entrevista, em que Rui Vilhena fala dos seus hábitos de escrita, métodos e truques, e outros temas de interesse, merece ser lida na íntegra. Mas deixo aqui, para registo, o decálogo do autor – os seus segredos para a escrita de uma telenovela.

    Para ter o sucesso garantido basta seguir estes dez mandamentos (e ter o talento de Rui Vilhena, e a sua capacidade de escrever doze horas por dia).

    1. Escolher um bom título: O título provisório nunca é o final. Agora escolho como provisório o que não gosto.
    2. Encontrar a boa ideia: A ideia surge de assistir a um talk show ou de ler uma reportagem no jornal. (…) Ou seja, quando menos espera nasce a ideia.(…) Há ideias que são boas mas não dão para esticar.
    3. Conhecer a história antes de começar a escrever: Quando tenho uma história estico-a antes, até chegar à acção, no meio da novela, e depois surge a segunda parte, o desenlace.(…) Antes de começar a gravar tenho um calendário de eventos principais, ligados à espinha dorsal da novela. Tenho de ter controlo sobre o que se vai passar.
    4. Criar um bom vilão: Os vilões marcam, são fascinantes. Tudo é permitido, podem fazer as maiores barbaridades. Uma história é tão boa quanto o seu vilão.
    5. Cada personagem tem de ganhar o direito de existir: Todo o personagem tem de ter um conflito inteiro, senão qual é a sua função dramática? Não basta ser primo de x. (…) Se rejeitarem uma personagem, ela fica com menos deixas ou desaparece.
    6. Ter amplitude social: Uma novela tem de ter ricos e pobres. (…) Já Hitchcock usava o glamour nos seus filmes.
    7. Escrever para cada personagem: Há escritores que não sabem escrever para ricos, outros para pobres.(…) É muito importante ter diálogos credíveis.
    8. Conflito e surpresas: Num episódio tem de haver um beijo e uma discussão.
    9. Dinamizar as cenas: As minhas cenas nunca arrancam com as personagens sentadas. Isso é falta de ritmo.
    10. Acabar bem: O final da novela é um sofrimento. A novela exige um final feliz, senão o público sente-se defraudado. Tento encontrar um meio termo e não ser moralista.

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    1 comentário em “Rui Vilhena: "Uma história é tão boa quanto o seu vilão".”

    1. O meu guionista preferido sem qualquer dúvida.

      Tenho acompanhado de perto tudo o que ele tem escrevido para a televisão, e a próxima novela dele vai-me deixar agarrado ao ecrã.

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