O meu amigo Tiago R. Santos é indiscutivelmente um dos melhores argumentistas portugueses em atividade. Se gostou de filmes como Os Gatos Não Têm Vertigens ou Parque Mayer, ou de séries como a recente Até Que a Vida Nos Separe, então gostou do trabalho dele.
É precisamente de Até Que a Vida Nos Separe, série de televisão que a Netflix adicionou recentemente ao seu catálogo e que tem merecido grandes elogios, que o Tiago decidiu dar-nos um brinde: o guião do episódio 6.
É uma grande oportunidade para ler um guião recente de ficção televisiva nacional de qualidade. Como se sabe, é difícil encontrar guiões em língua portuguesa na net, por isso aqui fica o meu agradecimento ao Tiago pela sua generosidade.
Já entrevistei o Tiago R. Santos aqui no site há uns anos, e quem leu esse artigo lembra-se com certeza da sua preocupação com a qualidade do que escreve. O guião agora disponível é mais uma demonstração dos resultados desse empenho e profissionalismo.
Mas ainda há melhor – um workshop
Se gostar do guião aqui disponibilizado – e tenho a certeza de que vai gostar – então tem agora uma oportunidade única para aprender diretamente com o Tiago.
A partir de 12 de Março ele irá leccionar um workshop de Iniciação à Escrita de Argumento na Act School, em Lisboa.
Neste workshop, pretende-se introduzir os alunos a algumas técnicas de construção dramática, aplicáveis tanto à escrita de televisão como de cinema. As aulas terão uma forte componente prática, desde o visionamento e análise de uma longa-metragem à construção de personagens e criação de pequenas cenas dialogadas. É pedido aos alunos que tragam uma ideia/premissa original que possa ser utilizada nos vários exercícios.
Note que este artigo não é uma peça de publicidade; eu é que não tenho dúvidas em recomendar vivamente qualquer workshop que o Tiago R. Santos dê.
Além de excelente argumentista, o Tiago é também um professor com muitas provas dadas. Com certeza irá fazer destas aulas uma experiência inesquecível para quem quer aprender as bases de uma arte e técnica tão específica como a nossa.
Sempre impecável, João.
Guionismo em Portugal, aqui.
Pergunto: porque não mais como o TRS; simplesmente oferecer o guião, partilhar.
Sinceramente, não sei. Ao contrário de outros países, as produtoras não têm esse hábito de publicar os guiões dos filmes. Talvez porque isso fosse uma admissão de que os filmes têm guiões, e não são improvisados genialmente por realizadores e atores :)
O meu plano é pedir a outros amigos mais guiões para colocar no site.