Todos os dias, a caminho da agência, contorno o Hospital Militar. As suas paredes estão cobertas com pinturas murais do tempo da independência. Frases como “Alfabetizar é um dever revolucionário” e imagens do presidente Agostinho Neto de ameaíadora catana erguida no ar recordam-nos que Angola saíu há relativamente pouco tempo de um regime marxista-leninista. Amigos angolanos garantem-me que o país se tornou comunista porque o ocidente lhe virou as costas. Pode ser que sim; mas enquanto o foi, foi-o tão convictamente como agora é devotamente capitalista. A realidade, contudo, é que, hoje mais do que nunca, alfabetizar deveria continuar a ser um dever – revolucionário ou não.