O dia de filmagens nas Palmeirinhas terminou num tom triste de comédia neo-realista. Quando chegou a altura de pagar í s crianías locais que participaram no filme, e de agradecer a colaboraíão da aldeia com algumas ofertas í populaíão, esta tinha-se multiplicado milagrosamente, engrossada (possivelmente) por parentes, amigos e conhecidos vindos das redondezas. E “engrossado” é mesmo o termo certo – quase todos os homens, e grande parte das mulheres, estavam completamente ébrios.
Gerou-se uma enorme confusão, que se agravou quando o soba – o administrador local – tomou posse dos presentes que levávamos e se fechou a sete chaves na sua cabana.
Saí de lá com um certo amargo de boca, pensando naquelas gentes que nos viram chegar, trabalhar e partir, sem que isso tivesse contribuído para melhorar as suas condiíões de vida.