Os americanos dizem “home is where you hang your hat on” ou qualquer coisa do género: “casa é onde penduramos o chapéu”. Não é.
Casa é onde queremos passar cada minuto com a família; onde nos sentimos bem mesmo quando nos sentimos mal; onde sonhamos estar quando estamos noutro lugar; onde temos prazer em fazer obras, pendurar quadros, varrer o chão; onde cada porta, cada parede, cada janela, cada esquina, cada mancha, cada defeito nos traz uma recordação. Casa é onde queremos viver e, um dia (distante, de preferência) morrer.
Podemos mudar de casa, e fazemo-lo – já o fiz – muitas vezes. Mas não basta pendurar o chapéu para estarmos em casa.