Ontem foi feriado. Dia da Paz e Reconciliação Nacional. Basicamente, é o dia de celebrar a morte de Jonas Savimbi, que abriu caminho ao fim da guerra e ao processo de normalização da vida de Angola.
É triste reconhecer isto, mas é verdade – em Angola não foi o diálogo, o entendimento e a pressão internacional que trouxeram a paz. Foi a voz mais alta das metralhadoras. Se Savimbi não tivesse sido morto numa picada esquecida, a guerra civil teria continuado mais algum tempo, e com ela a instabilidade, o atraso, o subdesenvolvimento. E provavelmente eu não estaria aqui.
Um dia alguém vai fazer o balanço de todos estes anos de conflito, e apurar as responsabilidades, seguramente muito repartidas. Entretanto, celebra-se calmamente o fim das hostilidades o que, independentemente de tudo o resto, é uma coisa boa.