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Rio de Janeiro

    Enquanto estive em Búzios tive necessidade de ir buscar os meus cunhados ao aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro.

    Como eles só chegavam às 23h00 eu e a Lu resolvemos aproveitar e passar o dia no Rio. Para a Lu era a oportunidade de rever uma cidade onde já viveu durante alguns meses, mas que já não visitava há vários anos. Para mim, era a possibilidade de conferir se o Rio é a "cidade maravilhosa" da gente bonita, da bossa nova e da vida solta, ou a "cidade de Deus" das favelas, dos assaltos e dos traficantes.

    Pelo que vi nesse dia, fiquei mais inclinado para a primeira hipótese.

    É claro que as favelas existem – estão lá, omnipresentes, como feras em repouso, aninhadas nas encostas dos morros, prestes a saltar sobre a cidade que se estira a seus pés, alheia ao perigo. E os noticiários, os jornais e os taxistas não nos deixam esquecer que a criminalidade existe, e é violenta.

    Mas como é fácil esquecer tudo isso quando os nossos olhos repousam nas longas praias de areias brancas, brincam no verde da mata atlântica que se esgueira e explode por todo o lado, perseguem os corpos esbeltos e os sorrisos largos dos cariocas, ou se refugiam na imagem protectora do Cristo Redentor.

    Nesse dia passado entre as areias da Barra da Tijuca e os bares castiços de Santa Teresa, fiquei com a leve impressão de que estava realmente na cidade mais bonita do mundo, como tantos amigos já me tinham asseverado ser. E concordei com a Lu que o Rio de Janeiro merecia uma visita mais prolongada.

    Quando seria essa viagem, não sabí­amos. Mas que iria ser, disso nenhum dos dois ficou com dúvidas.

    Acabou por ser mais cedo do que esperávamos. Um erro da Taag, ou o overbooking do voo, ou outra coisa qualquer que não consegui entender – obrigou-me a perder o voo de regresso a Angola, no dia 5 de janeiro. Outro voo, só no dia 9, o que me deixava precisamente um fim de semana prolongado a mais no Brasil.

    Telefonei para a Lu que, por essa altura, já tinha viajado para S. Paulo e ela veio ter novamente comigo. Tinhamos ganho a nossa viagem ao Rio de Janeiro, de forma inesperada e, por isso mesmo, ainda mais saborosa.

    O W. e a J. perderam também o mesmo voo, pelas mesmas razões (as tais que não cheguei a perceber). Marcámos hotel, alugámos carro, e passámos os três dias seguintes a fazer o passeio mais turí­stico possí­vel. Subida no bondinho ao Pão de Açúcar; passeio ao Corcovado com fotos aos pés do Cristo Redentor; praia em Ipanema e compras na Marquês de Pirajá; jantares em Copacabana, samba na Lapa e chopes em todo o lado.

    Não me senti em perigo, ou sequer levemente ameaçado, em momento algum. É claro que não facilitei: deixei o relógio no hotel, espalhei o dinheiro por vários bolsos, e adoptei o uniforme carioca de t-shirt, bermudas e havaianas (amarelas e verdes, para dar aquele toque extra de autenticidade local).

    O Rio de Janeiro pode até ser uma cidade perigosa – não quero discutir com as estatí­sticas. Mas a partir de agora vou engrossar a legião de fãs que a gabam, defendem e recomendam aos amigos.

    É a cidade mais bonita do mundo. E a visita prolongada que eu e a Lu combinámos fazer-lhe ainda continua de pé.

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