Há quinze dias corri a Meia Maratona de Lisboa pela primeira vez. A revista Sport Life resolveu acompanhar-me, para fazer uma reportagem motivacional sobre como é possível passar de uma vida sedentária para uma relativamente ativa num período curto de tempo. A revista está agora nas bancas e as três páginas da reportagem podem ser lidas por quem tenha curiosidade no tema.
Faço menção a esta publicação aqui no blogue por duas razões: em primeiro lugar, por vaidade, obviamente. Há seis meses atrás não me passaria pela cabeça a possibilidade de correr os 21 km de uma Meia Maratona. Nunca na vida tinha corrido tanto, nem mesmo na tropa. Por isso sinto-me orgulhoso desse feito, por muito insignificante que ele seja para quem já tenha o hábito de correr regularmente.
A segunda razão, essa sim importante, é para alertar os argumentistas e escritores acerca da necessidade de introduzir o exercício físico regular nos seus hábitos.
Quem começa uma carreira de autor, que implica horas sem fim sentado em frente de um computador, no meio de livros ou a olhar para uma televisão, pode não ter noção de como os quilos se irão acumulando inexoravelmente. Mas acumulam.
No meu caso cheguei a atingir os 100 kg, altura em que me assustei deveras, e depois estabilizei nos 96. Ao fim de muito tempo parado nessa fasquia, baixando dois para logo subir três, senti que tinha de fazer alguma coisa para mudar o rumo dos acontecimentos. A corrida e a mudança de hábitos alimentares foram a resposta para me colocar em forma e descer até aos 82kg.
Eu sei que a mitologia do escritor desregrado, excessivo, nada preocupado com a saúde, bom garfo e bom copo, é atraente. E olhem que eu gosto de comer e beber tanto quanto qualquer outra pessoa. Mais ainda – poucas coisas me dão mais prazer do que cozinhar.
Mas essa opção de vida tem custos sérios, que vão cobrando juros conforme o tempo vai passando. Não é só a saúde que sofre; é a autoestima, a autoconfiança, a sociabilidade. A certa altura devemos questionar-nos sobre para que lado está a pender o deve e haver nessa contabilidade.
Hoje, com menos 14kg em cima, e bastante mais fôlego, não tenho dúvidas de que tomei a opção certa. E só lamento não o ter feito há mais tempo, porque teria implicado menos sacrifícios e garantido melhores resultados.
Deixo aqui um excerto da reportagem, com as minhas dicas de "corredor".
O livro de Haruki Murakami “Do que eu falo quando falo de corrida” é um excelente livro sobre a força de vontade. O escritor descreve o esforço e a disciplina necessários para se preparar para uma Maratona e também a alegria de chegar ao fim.
Confirmo. Foi um dos livros que li no ano passado e que me inspiraram a começar a correr. E além disso é muito divertido.
Interessante. Estou para iniciar na academia. Há muitos anos que não faço nada.
Parabéns, João!
Mesmo com 25 anos, não me imagino de maneira nenhuma a correr 20 quilómetros…
incrivél Jota…tu és um exemplo..bom garfo,bom copo e, com a idade que tens, um corpo que ainda dá para fazer 21 kms…estou orgulhoso de ti, parabéns…agora é só continuar!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
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