O herói português que salvou milhares de judeus e outros refugiados da perseguição nazi durante a 2ª Guerra Mundial recebeu no mês passado honras de Panteão Nacional.
Na cerimónia, que contou com a presença do Presidente da República, do recém-eleito Presidente da Câmara de Lisboa, de vários membros do Governo e de muitas outras figuras públicas, foram recordados os feitos de Cônsul de Bordéus que justificaram a sua sepultura no Panteão Nacional.
Aristides de Sousa Mendes era Cônsul de Portugal na cidade de Bordéus, em Junho de 1940, altura em que as tropas do 3º Reich de Hitler iniciaram a invasão de França.
Desobedecendo a ordens directas do Governo português, nessa altura sob a tutela do ditador Salazar, Sousa Mendes emitiu vistos a milhares de pessoas, na maioria judeus em fuga da perseguição nazi, salvando um número enorme de vidas com esse seu corajoso ato de rebelião.
Em consequência disso, foi mais tarde expulso da carreira diplomática, tendo morrido em Lisboa em Abril de 1954, na maior miséria, no Hospital Franciscano para os Pobres.
A estória desse decisivo mês de Junho em que Aristides de Sousa Mendes ascendeu ao círculo das grandes figuras nacionais é a base do filme “O Cônsul de Bordéus”, cujo guião assinei e que pode baixar e ler aqui.
A versão aqui publicada é a que serviu de base à produção. Foi reescrita por mim com base numa versão anterior, da autoria do co-realizador João Corrêa e do guionista António Torrado.