Com a ida para Angola às portas reli o último romance de José Eduardo Agualusa. O Vendedor de Passados combina uma escrita assumidamente borgesiana com um toquezinho de Paul Auster e uma enorme fluidez e simplicidade.
É um livro para ler depressa e reler devagar. Devora-se de uma só enfiada, como é costume dizer-se da boa literatura popular e, pelos vistos, da boa literatura “ponto final”. Mas uma segunda passagem revela a técnica cada vez mais segura do escritor, o seu perfeito domínio da língua e uma enorme riqueza de ideias, conceitos, sentimentos.
Além disso, a leitura de O Vendedor de Passados teve o condão de me recordar uma expressão que só me lembro de ter ouvido ao meu avô João, também ele angolano, embora de outras épocas. Precisamente, o “pópilas!”. Só por isso já valeu a pena…