Ontem vi o filme mais assustador dos últimos tempos: A Descida, do guionista/realizador Neil Marshall. É um daqueles filmes que conforme o tempo passa nos vão empurrando para a beira do sofá, cada vez mais tensos, cada vez mais horrorizados.
A história é simples. Seis amigas com gosto pela aventura e desportos radicais exploram uma gruta, onde encontram uma tribo de hominídeos com tendências canibais. O mais incrível é que estes monstros, que parecem uma mistura do Gollum com o Alien, só aparecem a mais de metade do filme mas o realizador, por essa altura, já nos conseguiu prender numa ambiente de terror e pregar meia dúzia de sustos.
O filme mistura vários ambientes do universo do terror: o psicológico tipo Shinning; o claustrofóbico í maneira do Alien; e até o gore do género Evil Dead II. Mas fá-lo com muita imaginaíão, o ritmo certo para cada sequência; e um grupo sólido de actrizes desconhecidas (praticamente não há papéis masculinos no filme) com personagens bem construídas para interpretar.
Recomendo ainda o “making of”, que foge ao formato padronizado da maioria dos seus congéneres. Tem entrevistas, tem imagens de bastidores, tem “apanhados” como todos os outros, mas tem também uma grande dose de imaginaíão e irreverência, e consegue passar muito bem o que deve ter sido a experiência de participar na feitura do filme.