2010 ainda mal começou, e já nos deus dois candidatos a ‘Melhor filme’ e ‘Melhor disco’ do ano.
“Nas Nuvens” (“Up in the Air”), filme que ganhou dois Globos de Ouro no domingo passado, deixou-me sem palavras. As expetativas eram as melhores, pois o realizador Jason Reitman já tinha estado ao volante em “Juno”, um dos meus filmes favoritos dos últimos tempos.
“Nas Nuvens” é melhor.
Ou, pelo menos, igualmente bom; os temas são tão diferentes que se torna difícil comparar.
É um filme perfeito, com tudo aquilo que eu não me canso de recomendar no curso e nos artigos deste blogue: um protagonista fascinante (o que não é o mesmo que um protagonista ‘positivo’) e uma estória que não cessa de nos surpreender a cada volta que dá. E personagens complementares tão perfeitamente desenhados como o próprio protagonista, todos tão humanos que chega a doer. E um final amargo (‘irónico’, chamar-lhe-ia McKee), perfeitamente sintonizado com o tema subjacente a todo o filme.
É um filme perfeito, repito, de uma maturidade surpreendente, tanto a nível da escrita como da realização. E, no entanto, tem uma estrutura perfeitamente clássica, com o seu ‘inciting incident’, os três atos bem definidos pelos respetivos pontos de viragem, e o clímax no momento certo. O que prova que, se é verdade que a estrutura clássica não é, nem nunca foi, garantia de um bom filme, também é certo que não é preciso fugir dela para fazer uma obra-prima.
Vão ver e depois digam aqui o que acharam.
Quanto ao disco, não me canso de ouvir “Contra”, dos Vampire Weekend. Não me vou alargar em comentários, porque não tenho autoridade nem competência para o fazer.
Diria apenas que os Vampire Weekend são um gosto adquirido. Mas “Contra” torna muito fácil, se não obrigatória, a sua aquisição.
O filme é muito bom, embora eu esperava que fosse melhor devido a expectativa criada pela imprensa. Agora melhor que “Juno” é exagero seu.
Também me pareceu um pouco de exagero… Por isso é que eu acrescentei o comentário seguinte, sobre serem muito diferentes para comparar.
Vi ontem, grande candidato a todo o tipo de prémios, um dos grandes filmes de 2009, sem dúvida.
Atrevo-me a concordar no que toca a não existir comparação com Juno por serem filmes bem diferentes. Mas devo dizer que este me deu “food for thought” para mais tempo, e isto, a meu ver, enriquece sempre o valor de um filme.
Para mim, a prova de que um bom filme é feito de uma boa história e não com efeitos especiais. Mereceu o Globo de Ouro.
Olá João!
Curiosamente, também gostei mais do Juno.
Neste Up in the Air, o lado de comédia romântica sobressaiu muito para o meu gosto.
Um abraço.
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