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Conheço a estrutura de três atos muito bem. Conheço todas essas convenções mecanicistas em que os guiões se baseiam. Mas o que é divertido é eliminar todas essas regras, e ver então como as pessoas realmente reagem ao contar da estória, o que é fascinante. – Nicholas Winding Refn

    Conheço a estrutura de três atos muito bem. Conheço todas essas convenções mecanicistas em que os guiões se baseiam. Mas o que é divertido é eliminar todas essas regras, e ver então como as pessoas realmente reagem ao contar da estória, o que é fascinante. – Nicholas Winding Refn

    4 comentários em “Conheço a estrutura de três atos muito bem. Conheço todas essas convenções mecanicistas em que os guiões se baseiam. Mas o que é divertido é eliminar todas essas regras, e ver então como as pessoas realmente reagem ao contar da estória, o que é fascinante. – Nicholas Winding Refn”

    1. De forma muito orgânica, no guião que estou a escrever agora, apercebo-me que a derradeira “chamada para a aventura” do meu protagonista (que verdadeiramente não quero chamar de Herói) só acontece na página 48. O set-up de toda a trama leva algum tempo — no processo tento não ser chato, procurando diluir a Exposição por diversos momentos (nunca numa única cena!). A minha questão, João, na sua opinião, e tendo a ideia do Nicholas presente, é BOM ignorar a estrutura déspota dos 3 actos a favor da qualidade da história ( e acima de tudo do caracter moment, que me move muito mais que os mecanismos da trama em si! )?
      Sei que tudo é subjectivo. Gostaria da sua opinião, não como “académico”, mas como storyteller, com o coração na estória, não na matemática. Como contar a estória certa e não sermos vistos como subversivos?

      1. Rafael, é muito difícil responder assim em abstracto. Certo escultor (não sei se foi Leonardo, Michelangelo, ou outra das tartarugas ninja), disse que conseguia ver dentro de cada pedra uma escultura lá aprisionada, cabendo-lhe o trabalho de remover os excessos que aí a confinavam. O mesmo se passa connosco: cada estória tem a sua maneira própria de ser contada, e o nosso trabalho é descobrir as melhores soluções para lhe dar forma.

        Acho que tem de fazer duas perguntas a si mesmo, e responder-lhes honestamente:

        1 – quem ler o guião/vir o filme vai estar aborrecido ao fim de 47 páginas/minutos de set-up?

        2 – para o tipo de filme que quero escrever, isso é importante?

        Boas escritas.

        1. Rafael Santos

          Obrigado pela resposta, João. Ao dizer que só na página 48 é que o protagonista tem a derradeira chamada, esqueci-me de dizer que teve outras chamadas antes; o set-up é constituído por choques eléctricos graduais; como thriller, tenho-me preocupado com o mistério, na acumulação de perguntas, que aqui e ali têm pequenas respostas que são murros na barriga. Digamos que é na página 48 que tem a mais perigosa chamada para a aventura, é o ponto sem retorno que o levará ao vilão no 3º acto. De forma alguma tenho tentado subverter a lógica dos 3 actos (até porque me sinto confortável com ela). Tenho mantido os beats da estrutura clássica mas de forma curiosa vi aquele pequeno desvio…

    2. “Conheço a estrutura de três actos muito bem.” É preciso conhecer para subverter. Algo que me fartei de ler aqui e que só agora começo a perceber mais profundamente.

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