Outra característica linguística dos angolanos: o amor pelas palavras caras. "Paulatinamente", por exemplo, ouve-se dia sim, dia sim, em discursos de ministros e conversas de café.
Até eu já tive o gozo de enfiar essa palavra num texto, usando-a pela primeira vez em quase quarenta anos de escrita. Este gosto por um vocabulário, digamos, "kitado" estende-se também à publicidade.
É exemplo disso este excerto de um spot de rádio de utilidade social, destinado à população em geral: Em caso de conflito na via pública não moleste, não hostilize, não agrida, não ofenda, não usurpe.
É de encher a boca a qualquer um.