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Um conselho de Hemingway

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    Um conselho pertinente de outro grande mestre da escrita, Ernest Hemingway.

    Esta frase de Hemingway é citada com frequência, por isso resolvi deixar aqui as palavras originais, com a minha tradução.

    Acrescentei ainda um comentário de outro escritor conhecido, Roald Dahl. Acho que é um bom conselho, que eu sigo com frequência. Espero que seja útil.

    “The best way is always to stop when you are going good and when you know what will happen next. If you do that every day … you will never be stuck. Always stop while you are going good and don’t think about it or worry about it until you start to write the next day. That way your subconscious will work on it all the time. But if you think about it consciously or worry about it you will kill it and your brain will be tired before you start.”

    “O melhor é parar sempre quando as coisas estão a ir bem e sabem o que vai acontecer a seguir. Se fizerem isso todos os dias… nunca ficarão bloqueados. Parem sempre quando estiverem a ir bem e não pensem mais nisso, nem se preocupem, até recomeçarem a escrever no dia seguinte. Dessa forma o vosso subconsciente vai ficar a trabalhar durante todo o tempo. Mas se pensarem acerca do assunto, ou se preocuparem, vão matá-lo e o vosso cérebro estará cansado mesmo antes de começarem.” –Ernest Hemingway

    E aqui fica o comentário de Roald Dahl:

    “I never come back to a blank page; I always finish about halfway through. Hemingway taught me the finest trick : “When you are going good, stop writing.” You don’t go on writing and writing until you come to the end of it, because when you do, then you say, well, where am I going to go next? You make yourself stop and you walk away. And you can’t wait to get back because you know what you want to say next.”

    “Nunca recomeço numa página em branco; termino sempre a meio caminho. Hemingway ensinou-me o truque mais útil: “Quando estiverem a ir bem, parem de escrever“. Não continuem a escrever e escrever até chegar ao fim, porque quando isso acontece põe-se a questão, e agora, o que faço a seguir? Têm de obrigar-se a parar e pôr-se a andar. Dessa forma ficamos ansiosos por regressar, porque sabemos o que vai acontecer a seguir.” — Roald Dahl

    Via: Second Act

    5 comentários em “Um conselho de Hemingway”

    1. Boas joão.
      Parabéns por este post… Grande dica que me parece! Posso estar a ser um pouco chato até porque ja coloquei a pergunta noutro post, mas como não obtive resposta volto a questionar… Ando um pouco desanimado quanto á escrita porque gostava que o que escrevo fosse pelo menos avaliado quanto á possível qualidade para ser produzido, refiro-me nomeadamente a guiões para filmes, mas não sei que caminho seguir para encontrar essa opinião ou tentativa de produção??? Pode-me ser dada uma dica quanto a isto? O que fazer com algo que temos escrito e pensamos ter qualidade para ser produzido e “sair apenas do papel”?

    2. Boas João

      Muito obrigado pela resposta era mesmo tudo o que precisava ler! Eu percebo que não possa responder a todos os comentários e perguntas mas digo-lhe já que é de enaltecer o fantástico trabalho que faz neste blogue e o tempo que disponibiliza para o mesmo. Quanto ao que li uma coisa que me chamou a atenção foi a parte de registar o guião como nosso. Sei que se deve patentear as coisas mas não sabia que seria já nesta fase. Desconhecia a existência por aí de pessoas mal intencionadas preparadas para roubar uma ideia nesta área também!

      Muito obrigado

    3. Isto é uma perspectiva estritamente pessoal e até mesmo vaidosa, ao discordar tão prontamente de um escritor do calibre de Hemingway, mas eu diria que este conselho não funciona comigo.
      Prefiro imitar uma panela de pressão. Aguardar, aguardar, aguardar, e, depois de deixar as ideias e sinapses e palavras chocarem violentamente entre si durante o máximo de tempo, escrever o que tenho para escrever o mais rapidamente possível. E provavelmente não sai muito mal, uma vez que já foi mastigado e remastigado e remastigado…

      Ironicamente, acho que estou a dar-lhe razão, João: relativamente ao processo criativo, cada um sabe de si. O que é preciso mesmo é escrever.
      O que não quer dizer que seja mau trocar opiniões. Pelo contrário, mais artigos destes são sempre bem vindos. E, no meu caso, são mais gás a arder debaixo da tal panela e a enchê-la de vapor.

      Abraço a todos

      P.S.: as minhas desculpas pela analogia culinária (de certeza que estamos todos cansados de as ler), mas, assim de repente, foi o melhor que se arranjou.

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