Como guionistas, parte substancial do nosso trabalho é lidar com emoções. Para ser mais exato, com três distintos planos de emoções: as dos nossos personagens; as dos leitores/espectadores das obras que criamos; e a nossas próprias.
Essa arte não se pode ensinar. Aprende-se no dia a dia, com a observação das pessoas, com o nosso crescimento pessoal, com a vida. Diria mais – uma vida inteira não chega para aprender tudo sobre o tema. Quantas vezes somos surpreendidos por uma reação de alguém que pensávamos conhecer bem. Ou, mais frequentemente ainda, com uma atitude nossa, saída sabe-se lá de que gaveta do nosso subconsciente.
Apesar disso, é nossa obrigação tentar conhecer-mo-nos bem a nós próprios – pelo menos, um pouco melhor a cada dia que passa; tentar compreender, prever e aceitar os comportamentos e reações dos outros; e tentar dar consistência e credibilidade às vidas imaginárias que criamos no papel. De certa forma, todos os guionistas somos psicólogos amadores.
Foi por isso que achei interessante este artigo sobre a Teoria Psicoevolucionária das Emoções de Robert Pluchik. Esse psicólogo defende que há apenas oito emoções básicas: raiva, medo, tristeza, repulsa, surpresa, antecipação, confiança e alegria. Tal como todas as cores existentes resultam da mistura das cores primárias, também toda a gama complexa das emoções humanas resultaria da combinação dos vários níveis destas emoções básicas.
Para o ilustrar criou uma peça em 3D que é, no mínimo, fascinante. Vou imprimir este modelo e montar uma para mim.
A teoria é muito mais complexa do que isto, obviamente, e merece alguma atenção. Os artigos que anexo são apenas um ponto de partida. No mínimo dá-nos mais um prisma para analisarmos e refletirmos sobre os comportamentos dos nossos personagens. E, já agora, sobre os nossos também.
Via: SwissMiss →
Uma cientista como eu adora sempre este tipo de esquematizações de realidades muito complexas. Agradeço muito desde já a partilha!