Joseph McBride é um veterano com muitos anos de experiência e muitos prémios nas prateleiras. Por isso quando ele resolve dar alguns conselhos sobre como escrever um filme, é bom prestar atenção.
Alguns deles já apareceram, sob esta forma ou outra, aqui no blogue, mas nunca faz mal repetir:
- Nunca escreva o que não pode ser visto ou ouvido – o guião vai ser convertido em imagens e sons num filme. O que não possa ser convertido, não cabe no guião.
- Não escreva o que os personagens estão a pensar, sentir ou recordar, a não ser que haja uma maneira de o mostrar – é uma declinação óbvia e importante da dica nº1.
- Não escreva diálogo a mais.
- Não escreva diálogo a menos – o equilíbro nem sempre é fácil de alcançar.
- Mantenha as cenas curtas (em geral)
- Não mostre tudo o que acontece na estória – ou, como li noutro lugar, escreva as cenas como se estivesse a entrar numa casa em chamas: entre a correr, apanhe só as coisas mais preciosas, e saia logo que puder.
- Aproveite as convenções específicas da forma de escrever os argumentos – cabeçalhos, parênteses, transições, etc.
- Clareza! – e brevidade.
- Escreva em bom português – um guião pode não ser literatura, mas não quer dizer que tenha de ser mal escrito.
- Não escreva épicos a não ser que tenha sido contratado pelo Spielberg ou pelo Scorcese – antes de ler um guião os produtores sopesam-no. Se for pesado de mais (grande demais) já cria anticorpos.
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