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“Pré-visão” dos Oscares 2012

    A menos de uma semana dos Oscares, façamos o balanço da época de prémios deste ano para as categorias de escrita.

    Anunciados neste domingo, os prémios da WGA, Writer's Guild Awards, elegeram "Midnight in Paris" de Woody Allen como Melhor Argumento Original, cimentando a posição de favorito deste ano. Já os Golden Globes tinham premiado Woody Allen, assim como o Critics' Choice Award. Não sabemos se a Academia favorecerá Woody Allen, pois esta é a sua 15ª nomeação na categoria de escrita, tendo vencido apenas duas vezes, com "Annie Hall" e "Hannah and Her Sisters". Se Woody Allen vencer o Oscar este ano, terminará a "maldição" de 25 anos favorito mas nunca escolhido.

    Na categoria de Melhor Argumento Adaptado a honra da WGA  foi para "The Descendants", de Alexander Payne, Nat Faxon e Jim Rash, estes dois últimos novatos nestas andanças de prémios. Alexander Payne foi já vencedor de um Oscar com "Sideways", um Golden Globe com "About Schmidt" e vários outros prémios com ambos argumentos e ainda com "Election".

    Já o Critics' Choice Award resolveu dar o prémio de Melhor Argumento Adaptado a "Moneyball", de Steven Zaillian, Aaron Sorkin, Stan Chervin. Para Stan é a primeira vez que tem esta honra, mas Steve Zaillian já venceu prémios anteriormente com "Awakenings" e "Schindler's List", tendo estado nomeado também para vários prémios este ano com "The Girl with the Dragon Tattoo". Aaron Sorkin foi o grande vencedor do ano passado com "The Social Network" e conta já com uma extensa carreira de escrita também.

    A grande surpresa de prémios este ano veio da Europa, dos BAFTA, que premiaram "The Artist" na categoria de Melhor Argumento Original, de Michel Hazanavicius e "Tinker Tailor Soldier Spy", de Bridget O'Connor e Peter Straughan como Melhor Argumento Adaptado. Ambos são favoritos em várias categorias nos inúmeros prémios deste ano, apesar de apenas nos BAFTA terem recolhido também o prémio de Argumento.

    Quem vencerá a maior honra este ano? Só saberemos no Domingo. Em Portugal poderá assistir à gala dos Oscares em directo na TVI, domingo dia 26, a partir da 1:00 da manhã.

    Entretanto, fique com os nomeados deste ano e conte-nos, nos comentários, quem são os seus favoritos.

    Melhor Argumento Original

    The Artist: Michel Hazanavicius

    Bridesmaids: Kristen Wiig, Annie Mumolo

    Margin Call: J.C. Chandor

    Midnight in Paris: Woody Allen

    Jodaeiye Nader az Simin: Asghar Farhadi

    Melhor Argumento Adaptado

    The Descendants: Alexander Payne, Nat Faxon, Jim Rash

    Hugo: John Logan

    The Ides of March: George Clooney, Grant Heslov, Beau Willimon

    Moneyball: Steven Zaillian, Aaron Sorkin, Stan Chervin

    Tinker Tailor Soldier Spy: Bridget O'Connor, Peter Straughan

    7 comentários em ““Pré-visão” dos Oscares 2012”

    1. Sem dúvida que o melhor argumento original na lista dos Oscares, é o Midnight in Paris, apesar de não ser grande fã do Woody Allen, creio que ele conseguiu criar algo ”mágico”, toda aquela atmosfera, os diálogos, muito bom! Não consigo perceber é como é que um filme como o Bridesmaids está nomeado, pessoalmente acho uma afronta aos bons filmes/argumentos que saíram no ano de 2011…
      Em relação ao melhor argumento adaptado as minhas escolhas seriam talvez o Hugo ou o Tin­ker Tai­lor Sol­dier Spy apesar do The Ides of March estar também muito bom, mas está mais que claro q o The Descendants irá vencer…

    2. Até agora, só vi 3 dos filmes nomeados para as categorias de argumento: “The Descendants”, “Midnight in Paris” e “Tinker Tailor Soldier Spy”.

      Desta pequena amostra, os meus favoritos são o “Midnight in Paris” (argumento original) e o “Tinker Tailor Soldier Spy” (argumento adaptado).

      Ficam os meus votos, ainda que provisórios. Vou tentar ver mais um ou dois, mas tenho de admitir que a maioria dos nomeados deste ano não me entusiasmam por aí além…

      E também achei o “The Descendants” uns bons furos abaixo dos anteriores trabalhos do autor (especialmente “About Schmidt” e “Sideways”).

    3. Também só vi três dos nomeados: Meia Noite em Paris, Os Descendentes, e o Tinker Tailor. Tive a oportunidade de ver Uma Separação (Joda­eiye Nader az Simin) no festival de cinema de Manaus, mas perdi por falta de informação – o trailer não é muito apelativo. Gostei dos três e acho provável que os dois favoritos venham a ser recompensados.Tenho pena que o argumento do Millenium 1 – A rapariga da tatuagem de dragão, não tenha sido selecionado. Achei um trabalho de adaptação fantástico.

    4. Achei o artigo muito interessante. Não fazia a mínima ideia da composição dos votantes.

      No entanto, é preciso algum cuidado nas análises que se possam fazer a este facto: provavelmente, o facto de todos os membros serem gente que singrou no ramo do cinema, terá implicações, por exemplo, na sua representatividade em termos políticos.
      Resumindo, o que quero dizer é que o facto de serem homens brancos velhos a maioria dos membro, tal não significa necessariamente que se trate do típico branco velho norte-americano (se é que tal coisa existe).

      Já a falta de representatividade em termos étnicos parece-me preocupante.

      1. A Academia é uma instituição altamente elitista, onde só entram os profissionais de topo na carreira, por convite dos seus pares. Lembro, por exemplo, que nos anos 90 o argumentista Shane Black já tinha escrito vários filmes de enorme sucesso, incluindo os dois primeiros Arma Mortífera, e ainda não tinha conseguido ser convidado para fazer parte da secção de argumento da Academia. Não estou a censurar, porque esse elitismo faz parte da natureza da instituição. Mas elecontribui naturalmente para o envelhecimento da média das idades. Daí que apenas 14% dos membros da Academia tenham menos de 50 anos, o que não corresponde à realidade da indústria americana. Os profissionais de topo em atividade têm seguramente outra composição demográfica. E mesmo a questão de sexo e étnica não está equilibrada. Sabemos que a indústria de cinema é maioritariamente masculina e branca, mas o desequilíbrio não é tão grande. Tudo isto contribui para explicar porque as escolhas da Academia são geralmente mais tradicionais e conservadoras. Este ano, curiosamente, até é uma excepção, com uma comédia escancarada, um filme francês mudo a preto e branco, e um filme iraniano entre os selecionados.

        1. Berni Ferreira

          Bom. Não me resta senão concordar. Talvez não seja necessário tanto cuidado quanto isso em relação às análises.

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