O último filme de Woody Allen, Meia Noite em Paris, é especialmente interessante para escritores, roteiristas e aspirantes. A começar pelo protagonista da história, Gill, interpretado por Owen Wilson, um roteirista de Hollywood em crise, tentando escrever um romance relevante.
Aquilo que para nós, amadores ou profissionais em busca de sua grande chance, seria sucesso, para Gill é um tédio. Para ele, bom seria viver na Paris da década de 20, e ser escritor. No filme, ele embarca para o passado e passa a conviver com seus grandes ídolos na literatura, pintura e música. Os encontros proporcionam diálogos ótimos.
Mas, antes de ser um filme nostálgico, a história dá espaço para uma reflexão interessante: qual é a época certa, a cidade certa, a grana certa para finalmente fazer o que precisa ser feito?
Nesse filme, Woody Allen mostra que o dilema é sempre interior, assim como a grande virada. De alguma forma sempre existe uma vozinha que insiste em avisar, ou perturbar, quando alguma coisa precisa mudar de rumo. Agora como fazer a guinada é um caminho totalmente particular e essa é a busca.
Mas, se não quiser fazer reflexão nenhuma, e apenas curtir uma boa história em um bom filme, Meia Noite em Paris também vale a pena pela forma leve e envolvente como Woody Allen conduz a história. Coisa de mestre!
Confira uma entrevista onde Woody Allen conta sobre o processo de escrita do filme.