O escritor Roald Dahl foi um bem conhecido e popular autor de livros infantis, entre os quais alguns adaptados para o cinema, como Charlie e a Fábrica de Chocolate ou James e o Pêssego Gigante.
Inspirado numa visita à sua casa museu o blogger Robert Peters escreveu um bem pensado artigo com seis dicas fundamentais para vencer o desafio da página em branco.
Nenhuma delas é inovadora – já falei de muitas aqui no blogue – mas todas são muito úteis. Apesar disso, por serem tão óbvias, por vezes temos tendência para as esquecer.
Pode ler o artigo completo aqui (em inglês), mas para quem se contente com um resumo das dicas deixo aqui a minha resenha:
- Capture todas as ideias – as boas ideias não escolhem hora para aparecer, mas desvanecem-se muito mais depressa do que imaginamos. Não deixe isso acontecer tendo sempre consigo um bloco de notas, de papel
ou virtual. E use-o também para anotar informações, diálogos escutados, citações ou frases que o impressionaram, reflexões, memórias… até listas de compras.
- Arranje um lugar próprio para trabalhar – a vida de escritor é dada a flutuações e variações que podem interferir seriamente com a produtividade. Ter um lugar fixo para trabalhar – uma espécie de santuário – pode ajudar a contrariar essa tendência para a dispersão. E também funciona no sentido contrário; quando chega a hora de parar de trabalhar é mais fácil cortar se isso for acompanhado por uma mudança de pouso.
- Tenha uma rotina – na mesma lógica do ponto anterior é importante criar uma rotina diária à volta da qual organizamos o nosso dia e o nosso trabalho. Sem essa rotina as horas têm uma tendência a passar a correr e, quando damos por isso, o dia passou sem que nada de útil tivesse sido produzido. Um outro artigo, do site Brain Pickings, revela algumas dessas rotinas de escritores famosos.
- Use as ferramentas certas (para si) – cada escritor escreve à sua maneira, com as ferramentas mais adequadas ao seu estilo e personalidade. Há quem prefira papel e caneta, como Quentin Tarantino, ou quem mergulhe integralmente nas ferramentas digitais. Escrevi há pouco tempo um artigo virado para estas últimas, na perspetiva dos guionistas. O importante é saber quais são as ferramentas certas para si, e tê-las sempre à sua disposição no momento certo.
- Rescreva – não me canso de dizer: os guiões não se escrevem; rescrevem-se. Até já publiquei um pequeno ebook grátis sobre o tema. Não há nenhum escritor que fique satisfeito com a primeira versão que lhe sai dos dedos. Pelo contrário, alguns são completamente obsessivos com a rescrita e os editores quase têm que lhes arrancar os manuscritos das mãos. Nem oito, nem oitenta. Mas rescreva.
- Finalmente, faça o trabalho – ninguém vai escrever por si. Se não se sentar e escrever, nada acontece. Isso é, no fim de contas, o que distingue os profissionais dos amadores. Os segundos podem dar-se ao luxo de "esperar pela Musa"; os primeiros têm de ir atrás dela, agarrá-la pelos colarinhos 1 e obrigá-la a sentar-se ao seu lado. Como o próprio Roald Dahl escreveu: "O escritor tem de se forçar a si próprio a trabalhar. Têm de fazer os seus próprios horários por que se não se sentar à secretária não há ninguém para lhe puxar as orelhas."
A estas dicas eu acrescentava mais uma: desligue a internet.
Boas escritas.
RT @joaonunes: Seis dicas para vencer a página em branco … http://t.co/1L8Wvu3T
Dicas valiosíssimas, sou totalmente amadora, pratico apenas os itens 1,4 e 5. Preciso amadurecer muito para atingir todos os itens listados acima.